Dicas para montar um bom ‘Plano de Negócio’
Há quem defenda que o ‘Plano de Negócio’, ou, ‘Business Plan’, em inglês, não é essencial para iniciar um negócio. Mas, para quem tem medo de se arriscar em um projeto empírico, ter uma visão mais tangível da ideia é fundamental. E isso só é possível com o PN.
A elaboração de um BP deve ser feita gradualmente e seguindo passos. Este é um exercício que permite prever as principais variáveis que irão impactar no projeto. O empreendedor não precisa necessariamente estar acostumado com planilhas, pois o importante é tentar estimar o comportamento destas variáveis e, com isso, saber se o negócio dará ou não certo.
De acordo com colunista da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Carlos Miranda, presidente e fundador do fundo de Private Equity BR Opportunities, o ideal é identificar os grandes grupos que influenciam a vida de uma empresa, separá-los em sub-grupos, e ir, aos poucos, alimentando estes itens para obter alguma previsibilidade.
As matrizes são: receitas, custos fixos, custos variáveis, tributos, investimentos e capital de giro. Já os sub-grupos devem ser definidos por partes. Na ‘receita’ tente simular e subdividir todos os grupos que gerarão dinheiro para a organização. Delimite o que pretende vender (serviço ou produto) e para qual público. Também estipule o mercado de atuação, seu tamanho e a real demanda pelo serviço ou produto que pretende oferecer.
“Nessa simulação deve-se estimar também o preço que se pretende praticar e se o mesmo público estaria disposto a pagá-lo. Uma regra importante para um bom plano de negócios é tentar obter a maior quantidade de detalhes possíveis, tais como quantidade de itens, valores unitários, volume de vendas, entre outros”, explica Miranda.
O próximo passo é estimar os ‘custos fixos’. E, apesar de este passo parecer mais fácil, Miranda garante que normalmente o empreendedor lembra, no meio do processo, de alguns custos que havia esquecido. A dica do especialista é definir custos de acordo com o tamanho da empresa e jamais financiar as vaidades dos sócios.
O mesmo vale para os ‘custos viáveis’. Eles sempre mudarão conforme o crescimento do negócio e, consequentemente, mexem com a receita. O importante, segundo Miranda, é listar como ocorre esta variação e quando é possível reduzir a relação entre receita e custos.
Nos ‘tributos’ a recomendação é não buscar nenhuma mágica tributária. Faça o mais simples e correto possível para que este ponto não se torne um entrave de crescimento. Em ‘investimentos’, tente prever toda a estrutura necessária para que a ideia saia do papel. O erro mais comum neste passo é não considerar que o negócio, muito provavelmente, não irá gerar nenhuma receita por um período. Considerar o tempo de ‘seca’ de forma conservadora é fundamental.
Miranda lembra que muitos esquecem de simular a necessidade de ‘capital de giro’. Este estudo pode ser obtido com uma conta simples: tudo o que se tem para receber no curto prazo menos tudo que se tem para pagar no curto prazo. O tamanho do ‘capital de giro’ varia de acordo com a natureza do negócio, prazos de recebimento e pagamento a fornecedores.
O ‘capital de giro’ é necessário e tem regras específicas: não deve ser distribuído aos sócios, precisa ser previsto e revisto ao longo da vida da empresa, e carece ser abastecido para não gerar endividamentos.
“Empreendedores são por natureza seres diferenciados e extremamente otimistas e é aqui que está o maior desafio para elaborar um plano de negócios: ser o mais conservador possível, principalmente na hora de projetar as receitas”, diz. “O otimismo pode voltar, mas só depois do plano estar pronto. Outra coisa importante: investidores ficam mais seguros na medida que percebem nos empreendedores um maior domínio sobre a sua empresa e um maior conhecimento sobre o que pretendem para o futuro e, realisticamente, como chegarão lá”, concluiu.
Existem diversas formas de elaborar um ‘Plano de Negócio’ e não há uma formatação única ou um padrão para seu desenvolvimento, de acordo com Alexandre Pierantoni, sócio da PwC Brasil, e especialista em Corporate Finance.
Abaixo há dois guias que podem ajudar na hora da elaboração do ‘Business Plan’. Aproveite e leia aqui uma matéria com outras dicas para iniciar sua startup.
Confira aqui dois modelos de Planos de Negoicios
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