Milionário aposta em método radical com anel peniano e terapia de choque para combater envelhecimento
Bryan Johnson, empresário de tecnologia com patrimônio estimado em US$ 400 milhões, ganhou fama mundial ao transformar seu corpo e rotina em um experimento vivo. Com 48 anos, ele adota o protocolo Blueprint, uma série de práticas que visam desacelerar o envelhecimento e garantir a saúde de um jovem de 18 anos, mas que também despertam dúvidas entre especialistas.
Dentre as medidas mais inusitadas que Johnson revelou, está o uso noturno de um anel peniano para monitorar as ereções durante o sono, consideradas por ele um indicador importante da saúde vascular e neurológica. Além disso, ele se submete a 4.500 choques semanais no corpo, em sessões de terapia de ondas de choque que, segundo seu relato, são aplicadas três vezes por semana.
Rotina extrema do protocolo Blueprint desafia ciência e médicos
O protocolo desenvolvido por Johnson não se limita a isolados procedimentos. Ele inclui acordar às 4h30, dormir às 20h30, fazer exercícios matinais intensos, manter dieta vegana restrita a 2.250 calorias diárias com a última refeição antes das 11h, tomar mais de 50 comprimidos diariamente, usar boné com luz vermelha para fortalecer o cabelo, sessões regulares de sauna e até transfusões de plasma sanguíneo de seu filho — prática que revelou não ter trazido benefícios.
Embora o empresário divulgue resultados positivos, como a redução de 5,1 anos em sua idade biológica no documentário “Don’t Die”, publicações especializadas apontam que entre 2022 e 2024 seu envelhecimento equivalente foi de 10 anos. Médicos consultados pelo The New York Times expressam preocupações, especialmente pela rigidez da dieta e pelo uso intenso e concomitante de diversos suplementos, que podem causar efeitos adversos graves.
Críticas médicas e riscos do método: mais malefícios que benefícios?
Uma pesquisa interna da própria equipe da Blueprint, citada pelo The New York Times, revelou que mais de 60% dos 1.700 participantes apresentaram reações adversas, com registros importantes como o desenvolvimento de pré-diabetes. O ex-médico pessoal de Johnson, Oliver Zolman, chegou a deixar o projeto por desconforto com os protocolos e suplementos vendidos pela marca.
Médicos alertam que a conjunção de múltiplos suplementos pode trazer danos significativos e que dietas tão rígidas dificilmente são sustentáveis no longo prazo, reduzindo a eficácia dessas práticas e podendo comprometer a qualidade de vida dos adeptos.
Empresário por trás do experimento: trajetória, sucesso e polêmicas
Bryan Johnson se destacou inicialmente com a criação da plataforma de pagamentos Braintree, vendida por aproximadamente US$ 800 milhões ao PayPal em 2013. Depois, fundou a Kernel, empresa focada em interfaces cérebro-máquina, buscando revolucionar tratamentos neurológicos.
No campo pessoal, Johnson enfrentou desafios como depressão e compulsão alimentar após o sucesso no Vale do Silício, e já enfrentou disputas judiciais com sua ex-mulher, a cineasta Taryn Southern. O processo envolveu acusações de manipulação emocional e descumprimento de acordos financeiros, com o empresário saindo vitorioso e impondo uma multa de US$ 584 mil à ex-companheira.
Johnson mantém uma base sólida de seguidores, mais de 2 milhões no Instagram e YouTube, onde atualiza seu público sobre as práticas do protocolo Blueprint, que também virou uma marca comercial vendendo produtos, como um azeite de oliva a US$ 35 que promete prolongar a vida. A saga do milionário segue provocando debates acalorados sobre os limites da busca pela longevidade e o equilíbrio entre inovação e riscos à saúde.
